Durante muito tempo acreditou-se, dentro das organizações, que o treinamento – ferramenta fundamental para o desenvolvimento de equipes – era a melhor maneira de “profissionalização” dos funcionários.
Ele representava uma forma de capacitação técnica, que estava direcionado para algo específico e que possuía uma aplicabilidade imediata do conhecimento “aprendido”. Ele era utilizado como uma espécie de “adestramento”.
Este modelo de treinamento vigorou (e ainda vigora para alguns), sendo bem-sucedido enquanto as empresas careciam de técnicas para terem maior eficiência, agilidade e qualidade em seus processos empresariais, uma vez que as mesmas identificavam seus produtos como algo que possuíam um valor em si mesmo, tangível.
Mas, na contemporaneidade, as coisas não são bem assim. Hoje, estamos em busca de um mais além. De algo que nos cative emocionalmente. Neste novo cenário, esta forma de “aprendizagem” se mostra insuficiente, parcial e restrita.
Novas formas de aprendizagem com foco no desenvolvimento de equipes
Com o surgimento das novas tecnologias, apareceram também as novas necessidades de desempenho, que requerem a transformação da aprendizagem em diferencial competitivo.
Para tanto, é imprescindível a inovação e aprendizagem constantes. Mas não dá para falar em inovação sem primeiro repensar o modelo mental de aprendizagem vigente. Esse modelo, tal como a academia, ainda está limitado, restrito.
Quando pensamos em aprender algo dentro de uma organização, ou mesmo fora dela, logo nos vem à mente a imagem de um Emissor, que é o detentor do conhecimento e que transmite uma informação, geralmente textual, e um Receptor, ouvinte e geralmente passivo, depositário do conhecimento.
Este formato de transmissão de conceitos não privilegia a interação, a troca de saberes, o compartilhamento de ideias e de experiências e, claro, não propicia o espaço para a criação e construção. A informação já está pronta e é simplesmente repassada, sem diálogo.
Para inovar é preciso descontruir este modelo “mecanicista” e criar um ambiente favorável ao aprendizado, ao conhecimento, ao desenvolvimento. Isso exige mudança de mentalidade e de comportamento.
O processo de aprendizado e desenvolvimento de equipes e pessoas dentro das organizações vai muito além do simples treinamento e do fato de se colocar pessoas em uma sala de aula, ou em uma sala de treinamento.
O aprendizado na era digital
Na era Digital, da arquitetura informativa, o conhecimento advém dos diferentes espaços e mídias. Ele provém das redes, das imagens, dos vídeos, dos bancos de dados e é construído por meio da relação, da análise, da interação e do diálogo entre os diversos atores envolvidos, por meio dos trabalhos em grupo ou dos dispositivos de conexão.
Estamos em uma era cada vez mais multimídia, onde a forma de transmissão de informações e de conhecimentos é instantânea, compartilhada e está ao alcance de todos.
Se quero saber sobre determinado assunto, pesquiso na internet. Ela fornece uma gama de informações, textos, artigos, vídeos, imagens.
A vida em rede nos oferece inúmeras outras possibilidades de interação. E é este o ponto de dissociação entre as novas formas de aprendizagem e aquele velho modelo de treinamento, baseado unicamente na exposição textual.
Hoje, para serem bem-sucedidas, as empresas precisarão rever suas maneiras de ensinar, revigorar seus processos de aprendizagem, de modo a torná-los mais flexíveis, dinâmicos e interativos.
A forma de ensino que não dialoga com os atores envolvidos está ultrapassada. Afinal, somos a geração do Google, do Facebook, do Instagram, do Youtube, a geração da praticidade, do instantâneo.
A única certeza é a mudança
O diálogo, a interação, a flexibilidade e o dinamismo são as condições para a aprendizagem e o desenvolvimento na era da conectividade.
Logo, os antigos treinamentos devem ser substituídos por processos contínuos e mais interativos, que levem em conta a pluralidade das formas de se “obter” e produzir conhecimento, e que sejam capazes de dotar a organização de competências necessárias à superação dos desafios e obstáculos da atualidade, e não somente atender as questões pontuais.
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Parabéns pelo artigo Bianca! Assunto bem pertinente.
Parabéns pelo conteúdo, Bianca! Ótima abordagem.